LIÇÕES BÍBLICAS: INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ÊXODO

29-07-2013 22:58

 

Olá amantes da Teologia. Neste trimestre, iniciamos na EBD (Escola Bíblica Dominical) da Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil no campo de Londrina uma séria de exposições de lições Bíblicas acerca do segundo livro das Sagradas Escrituras que compõe o Pentateuco: O livro de Êxodo.
Passaremos o trimestre, aos domingos pela manhã, nos aprofundando neste livro maravilhoso que contém verdades acerca de Deus, bem como do nosso estado passageiro nesta vida terrena, demonstrando assim uma jornada de fé. 
 
Para os alunos assíduos, assistirão a lição na forma presencial, bem com nos ajudará a expor a matéria compartilhando de suas análises, conclusões e aplicações do respectivo assunto estudado. Para os demais amantes da Teologia e estudiosos da palavra de Deus, condensaremos a lição e postaremos para agregar conhecimento e assim também compartilharmos de jornada de Fé que é estudar a Palavra de Deus, aplicando no nosso viver diário. 
 
A primeira lição (21/07) ministrada fora realizado em duas partes, sendo a primeira apenas acerca da Introdução ao Livro de Êxodo em que elencamos algumas considerações relevantes para o estudo das demais lições:
 
1 – Estatística: O livro de Êxodo possui 40 capítulos; 1.213 versículos; 58 questões; 827 ordenanças; 28 promessas e 73 mensagens distintas de Deus.
 
2 –  Título: O nome Êxodo, é uma transliteração do título Exodos da Septuaginta (LXX), que veio até nós, através da Vulgata Latina. A palavra em grego significa "partida" ou "saída" e foi utilizado devido ao fato de que o livro fala da saída de Israel do Egito cerca de 35 vezes neste livro. O nome hebraico para o livro é apenas a primeira frase, ve-elleh shemot "São Estes os Nomes", ou mais comumente, "Os Nomes". Como título descritivo de todo o livro, Êxodo não é satisfatório, pois a saída do Egito propriamente dita só ocupa menos que a metade do volume.
 
3 -  Autoria: As Escrituras atribuem a Moisés a autoria do Êxodo, assim como os outros quatro livros do Pentateuco. Entretanto, a alta crítica tem considerado estes livros como uma compilação de manuscritos escritos por diversos autores desde o século nove até o século cinco A.C. A posição radical que negava qualquer participação de Moisés na autoria destes livros já não é mantida tão largamente como há uma geração atrás. Embora muitos mestres liberais continuem duvidando da autoria mosaico do Pentateuco, posto que algumas descobertas arqueológicas tenham proporcionado aos mestres de cada formação teológica um mais elevado respeito pela historicidade dos acontecimentos que descreve.
 
4 - Antecedentes Históricos: O Êxodo recomeça a história dos israelitas onde o Gênesis a abandonou. O longo período entre José e Moisés fica coberto por dois resumidos versículos, 1:6, 7, e então descreve-se a situação inteiramente nova dos descendentes de Jacó. Os hóspedes protegidos por Faraó e José tornaram-se uma nação de escravos, objeto de medo e ódio de seus superiores. Enquanto Faraó procura controlar os hebreus por meio de brutal opressão, Deus age no sentido de libertá-los. Moisés, o libertador, é primeiro preparado e, então, no poder de Deus, o grande livramento acontece.
 
5 -  Data: A época em que o Êxodo foi escrito tem constituído um grande problema para os mestres e estudiosos durante séculos, e com as recentes descobertas da arqueologia moderna, o calor da discussão tem-se intensificado, embora a luz do fato histórico continue bastante obscurecida. A data tem sido colocada entre 1580 A.C. até 1230 A.C. Uma vez que as Escrituras pouco informam sobre cronologia, pode-se ter em mente que a data do Êxodo não é questão de doutrina, mas simplesmente um fato histórico elucidativo.
 
A dificuldade principal em se datar o Êxodo no século treze encontra-se em I Reis 6:1. Lemos ali que o Templo foi começado 480 anos depois do Êxodo, no quarto ano de Salomão. Uma vez que o quarto ano de Salomão foi em cerca de 960 A.C., este fato parece colocar o Êxodo no ano de 1440 A.C.. Porém, esta data além de entrar em conflito com as evidências arqueológicas, também o faz com a data obtida em Êxodo 12:40.
 
Há duas opiniões principais a respeito desta questão. De acordo com a primeira, o êxodo dataria, mais ou menos, por volta do ano de 1440 a. C. Conforme a segunda opinião, ocorreu no reinado de Ramsés II, entre 1260 e 1240 a. C. Se a data anterior é correta, Tutmés III, o grande conquistador e construtor, foi o opressor de Israel, e Amenotepe II foi o Faraó do êxodo.
 
Há evidências de que Tutmósis IV, o sucessor de Amenotepe II, não tenha sido o filho primogênito deste, fato esse que concordaria com a morte do primogênito do Faraó do êxodo. Os que favorecem a data anterior (1440 A.C.) pensam que os invasores de Canaã durante o século XIV, mencionados como habiru nos documentos históricos, outros não são senão os hebreus que, sob Josué invadiram a Palestina.
 
Nas famosas cartas de Tel-el-Amarna, escritas por chefes das cidades-estados de Canaã dirigidas aos Faraós Amenotepe III e Amenotepe IV no século XIV A.C., há indicações de que a Palestina estava em perigo de perder-se nas mãos dos habiru. Os chefes cananeus clamaram por ajuda egípcia, mas Amenotepe IV estava tão ocupado estabelecendo o culto a seu deus Aton, que não deu ouvidos a seus rogos.
 
Para aqueles que advogam pela data entre 1260 e 1240 a. C. pensa-se de um modo geral que os israelitas foram para o Egito quando seus primos semitas, os denominados hicsos, estavam governando, possivelmente em cerca de 1700 A.C. Se a sua estada no Egito durou 430 anos (Êx. 12:40), então a data de sua partida deve ser fixada em cerca de 1270 A.C. A maior parte das provas arqueológicas que temos parecem apontar para uma data dentro do século treze.
 
O construtor de Pitom e Ramessés (Êx. 1:11), o Grande Ramessés, era quem governava naquele tempo. A data determinada por escavações para a queda de numerosas cidades cananitas, desde Laquis até Hazor, é novamente o século treze. As investigações realizadas na Transjordânia e no Neguebe estabeleceu o fato de que as nações de Moabe, Amom, Edom e os amoritas não se estabeleceram ali, prontas para se oporem ao avanço de Israel, antes do século treze.
 
Uma solução pala o problema tem sido sugerida tornando-se os anos de I Reis 6 como significando 12 gerações, com não mais de trezentos anos na realidade. O fato de não se poder determinar a data exata para o Êxodo, entretanto, não diminui o valor histórico do livro nem a sua grande mensagem da redenção de Deus.
 
6 - Assunto: Deus redime a seu povo e o transforma em uma nação.
 
7 - Na segunda parte da aula, explanamos algumas considerações referente ao 1º capitulo do Livro, destacando os seguintes pontos:
 
Versículo 1º: “Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa:”
 
Os filhos de Israel, ou israelitas, foram os descendentes do Jacó, cujo nome foi trocado ao Israel depois que lutou com o anjo (veja-se Gen_32:24-30). A família do Jacó se transladou ao Egito por convite do José, um dos filhos do Jacó, que chegou a ser um grande governador de Faraó. Ela cresceu até chegar a ser uma grande nação. Mas, como estrangeiros e recém chegados, suas vidas estavam em marcado contraste com as dos egípcios. Os hebreus adoravam a um Deus; os egípcios adoravam muitos deuses. Os hebreus eram nômades; os egípcios tinham uma cultura profundamente estabelecida. Os hebreus eram pastores; os egípcios eram construtores. além de ser tão diferentes, os hebreus estavam fisicamente separados do resto dos egípcios: viviam no Gosén, ao norte dos grandes centros egípcios.
 
     Versículo 8º e 9º: “Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós.”
 
 
Transcorreram aproximadamente trezentos anos desde a morte de José. Ossetenta hebreus que se haviam radicado no fértil delta do rio Nilo multiplicaram-se em centenas de milhares. Mas o povo israelita, outrora objeto do favor de Faraó, é agora escravo temido e odiado do rei egípcio.
 
O período após a morte de José trouxe uma mudança completa nas condições dos israelitas. De protegidos dos governantes semitas hicsos, tornaram-se os temidos escravos de uma nova dinastia de reis egípcios nativos. Oprimidos por seus senhores egípcios, os israelitas alcançaram um estado de absoluto desamparo e desespero, quando Deus, fiel a Sua aliança, redimiu-os com grande poder.
 
Versículo 16º: “e disse: Quando ajudardes no parto as hebréias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.”
 
Uma antiga tradição  diz que o Faraó sonhou com uma balança com todo o Egito de um lado e um cordeiro do outro o qual pesava mais que o Egito. Os magos interpretavam esse sonho dizendo que logo nasceria um menino entre os Hebreus que  destruiria todo o Egito.
 
Conclusão
 
Para entendermos a aplicação do primeiro capítulo, devemos realizar a seguinte pergunta: Por que o Senhor permitiu que seu povo fosse tão cruelmente oprimido?
 
A resposta que podemos encontrar é a seguinte:  Deus queria que nascesse no seu povo o desejo de sair do Egito. É bem provável que os israelitas estivessem tão contentes em Gósen que se houvessem esquecido do concerto abraamico pelo qual Deus lhes havia prometido a terra de Canaã. Além disso, alguns dos israelitas, apesar de viverem em Gósen separados dos egípcios, começaram a praticar a idolatria (Josué 24:14; Ezequiel 20:7, 8). Tão grande foi sua decadência espiritual que o Egito se converteu em símbolo do mundo e os israelitas chegaram a representar o homem não regenerado. Era preciso algo drástico para sacudi-los a fim de que desejassem retornar à terra prometida.
 
Até a próxima lição que está agendada para 04/08/2013. Não percam!!!.
 

Edywan Dias dos Santos  - Advogado, Especialista Em Teologia Calvinista pela Faculdade Virtual Livre de Sociologia, Antropologia, Cultura e Religião. Docente e palestrante nas áreas de Teologia Sistemática - História da Igreja - Hermenêutica Bíblica e Novo Testamento.  Presbítero da Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil - Londrina/PR.  Docente da EBD da ICPB-Londrina/PR desde 2005.  Contato: prof.edywan@live.com.

https://edywandias.blogspot.com.br/2013/07/licoes-biblicas-introducao-ao-livro-de.html
 

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